Etanol: preços do hidratado voltam a cair

12 abril 2021


A última sexta-feira (9) foi de preços mistos para o etanol no mercado físico paulista. Em Ribeirão Preto, o etanol hidratado teve preço de R$ 2,88 o litro, com queda de 0,69%. Já o anidro teve preço de R$ 2,73 o litro, com alta de 1,87%.

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Maurício Muruci, na região Centro-Oeste, a tendência segue a de alta acentuada em função das perspectivas negativas para a safra do milho, o que acaba elevando a percepção de redução na oferta da matéria prima e consequentemente nos preços.

“Porém para o etanol de cana o melhor cenário de curto prazo segue o de estabilidade, isto quando não são registradas perdas pontuais nos preços de negociação. Ainda assim existem muitas usinas que mantém firmes as suas pedidas de preços mais altas, mesmo que fiquem se efetivar vendas em maior volume. A entrada da safra nova ao mesmo tempo em que as medidas de afastamento social são endurecidas são dois vetores que se mostram constantemente presentes no mercado como uma bomba relógio que deve fazer os preços recuarem forte nas próximas semanas. Questões pontuais como o aumento das exportações de etanol não se mostram fortes o suficiente para neutralizar a oferta crescente do Centro-Sul ao mesmo tempo em que a demanda volta a dar sinais de fragilidade histórica”, disse Muruci.

“Houve uma acomodação no mercado internacional… já dava para dar essa redução junto com a última, a Petrobras esperou um pouco para ver”, afirmou.

Apesar do corte anunciado nesta sexta-feira, o valor do diesel nos pontos de venda da Petrobras acumulam alta de aproximadamente 32%.

Já a gasolina ainda tem aumento de quase 41% frente aos valores praticados no início de 2021.

Nos postos de combustíveis, enquanto isso, o valor para os consumidores têm mantido tendência de elevação, mesmo depois do corte pela Petrobras nos valores da gasolina no mês passado.

Levantamento da Ticket Log apontou alta de 9,39% em março ante o mês anterior, para R$ 4,487 por litro.

Tendência de alta

O corte de preço vem em um momento em que crescem os temores relacionados a uma alta mais importante de preços de diesel nos postos de combustíveis no Brasil a partir de maio, devido a uma tendência altista para o biodiesel misturado no diesel vendido nos postos e por uma perspectiva de que haja retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre o combustível.

Na terça-feira, a reguladora ANP suspendeu etapa 3A do 79º Leilão de Biodiesel, que visa abastecer o mercado em maio e junho, ao atender solicitação do Ministério de Minas e Energia, quando os preços já apontavam para R$ 7,5 por litro, segundo relatos no mercado.

Atualmente, o diesel vendido nos postos de combustíveis brasileiros recebe uma mistura de 13% de biodiesel.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) alegou na véspera que a decisão pela suspensão impediu que os preços caíssem com o desenvolvimento do certame.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa os postos de combustíveis no país, afirmou em nota que enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro, manifestando preocupação sobre possíveis impactos que o preço do biodiesel terá na formação dos custos do diesel, a partir de 1º de maio.

Também no início do próximo mês está previsto o retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel, que foi suspensa temporariamente por Bolsonaro como forma de segurar os preços e acalmar protestos de caminhoneiros que ameaçavam realizar uma greve em fevereiro.

Autor/Veículo: Canal Rural

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