Déficit no mercado de diesel pode cair para 7,5%.
08 maio 2015
Valor Econômico
Rodrigo Polito e André Ramalho
O déficit no mercado interno de óleo diesel cairá para 7,5% quando o primeiro trem (etapa) da Refinaria do Nordeste (RNEST), em Pernambuco, estiver em plena operação, disse ontem Florival Carvalho, diretor ANP em Houston, nos EUA, onde participa da Offshore Technology Conference (OTC). Problemas com fornecedores, contudo, impedem hoje a Petrobras de operar a refinaria a capacidade plena, um dos principais projetos onde foram identificadas perdas com os esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava-Jato.
Isso porque a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) de Pernambuco, ao conceder a licença, impôs uma limitação à operação do primeiro trem da refinaria até que concluída a construção da unidade de abatimento de emissões pelo consórcio EBE-Alusa. A rescisão do contrato com os fornecedores promete adiar a operação plena da RNEST, prevista inicialmente para o primeiro semestre.
O primeiro trem da refinaria entrou em operação no último trimestre de 2014, mas opera hoje com 70% da capacidade. Segundo Carvalho, ainda resta autorização da agência reguladora para algumas unidades do primeiro trem da RNEST, que terá capacidade de processamento total de 115 mil barris diários de óleo.
Mesmo com limitação na capacidade, a RNEST já reduziu o déficit do mercado interno de diesel, hoje em 10%. Segundo a ANP, o Brasil importou 2,39 bilhões de litros de diesel no primeiro trimestre, ou 17% do consumo, ao custo de US$ 1,34 bilhão. Os investimentos no segundo trem foram postergados pela Petrobras, responsável pelo empreendimento. A expectativa é que o novo plano de negócios traga dados sobre o projeto, que, concluído tornará o mercado interno de diesel superavitário.
A favor da autossuficiência, pesa a perda de fôlego nas vendas do combustível. No primeiro trimestre, o consumo de óleo diesel no país caiu 1,8% ante igual período de 2014, para 13,8 bilhões de litros. Procurada, a Petrobras não respondeu.